Tu pensas que é o fim do mundo, mas não é. Tu achas
que a tua dor é a pior de todas as dores já existentes, mas estás
enganado.
Fácil é sofrer, passar dias trancado no quarto, chorar até que
a última gota do teu corpo se esgote. Difícil é superar. E mais difícil
ainda é convenceres-te de que superaste. Fácil é acabar com a vida para
acabar com a dor, difícil mesmo é levantar todos os dias com um buraco
no peito e colocar um sorriso na cara. Dizer que está bem é fácil,
complicado é estar.
Escutar aquela música, sentir aquele cheiro e
visitar aquele lugar parecem ser coisas que ardem no fundo da alma,
porque as lembranças doem como álcool numa ferida aberta. Mas a verdade é
que não sentir mais nada, dói bem mais. O fim de um sentimento é mais
triste do que o seu fim propriamente dito. É mais difícil enterrar
histórias, momentos e sorrisos. Enquanto ainda há uma
faísca no meio do fogo apagado, de certa forma também ainda há
importância. Sofrer por te importares é natural, estranho é sofrer por não
fazeres mais nenhuma diferença. Continuar dentro de uma bolha de solidão e
sofrimento é escolha tua, assim como lutar para sair dela também. Fácil é
olhar a vida a passar e ficares quieto no mesmo lugar, amargurado,
desiludido. Difícil é assumir que estás no fundo do poço e,
sim, que precisas de ajuda. Difícil é estufar o peito e não te deixares abalar
por nada. Fácil é chorar pela cicatriz adquirida, difícil é aceita-la
como uma tatuagem interna que faz parte de ti.
A vida é injusta e todo o mundo sabe. Mas ao mesmo
tempo, ela ensina-te a crescer, a viver, a superar tudo, e claro, a manter-te forte
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